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Cuidado Centrado no Estudante (CCE): proposta de intervenção para a promoção da saúde de estudantes universitários brasileiros1
Recebido: 5 de agosto de 2024 • Enviado para modificações: 4 de novembro de 2024 • Aceito: 20 de dezembro de 2024
Rodrigues, D. da S. y Santos J. E. dos. (2025). Cuidado Centrado no Estudante (CCE): proposta de intervenção para a promoção da saúde de estudantes universitários brasileiros. Revista Ocupación Humana, 25(1), 47-59. https://doi.org/10.25214/25907816.1792
Cuidado Centrado en el Estudiante (CCE): propuesta de intervención para la promoción de la salud entre los universitarios brasileños
Student-Centered Care (SCC): Intervention proposal for the promotion of health among Brazilian university students
Daniela da Silva Rodrigues 1
Josenaide Engracia dos Santos 2
1. Este artigo é derivado da tese de doutorado intitulada “Ocupação como determinante de saúde: uma análise centrada no estudante e no contexto universitário” (Rodrigues, 2022), elaborada pela primeira autora junto ao Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos, sob orientação da professora Maria Fernanda Barboza Cid.
2. Terapeuta ocupacional. Especialista em Epidemiologia em Saúde do Trabalhador. Mestre em Engenharia de Produção. Doutora em Terapia Ocupacional. Professora, Universidade de Brasília. Brasília, Distrito Federal, Brasil.
danielarodrig@unb.br
https://orcid.org/0000-0001-7391-1794
3. Terapeuta ocupacional. Especialista em Saúde Mental. Mestre em Saúde Coletiva. Doutora em Ciências da Saúde. Professora, Universidade de Brasília. Brasília, Distrito Federal, Brasil.
josenaidepsi@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-7712-8470
Resumo
A discussão sobre a assistência ao estudante universitário brasileiro não é recente. Entretanto, há escassez de pesquisas com base na ocupação, centrada no estudante e no ambiente universitário. Objetiva-se refletir sobre o Cuidado Centrado no Estudante, como uma proposta de promoção da saúde e bem-estar de estudantes universitários brasileiros. O artigo deriva de pesquisa científica realizada em uma universidade pública brasileira, fruto de uma tese de doutoramento, com estudantes das áreas da saúde e exatas, sobre demandas psicossociais do ambiente acadêmico. O recorte apresentado neste texto é a elaboração da proposta, que considera os problemas ocupacionais dos universitários e o contexto em que se inserem, a partir dos referenciais teóricos dos estudos da ocupação à luz do Modelo de Ocupação Humana. Esta proposta entende o estudante como protagonista do seu cuidado e realça a necessidade de compreender os fatores internos e externos que influenciam estes estudantes. O Cuidado Centrado no Estudante perpassa pelo fortalecimento de espaços e propostas relacionados aos serviços de apoio estudantil, baseado na prática de Terapia Ocupacional centrada no cliente como um caminho possível para promover oportunidades, prevenção do sofrimento psíquico, promoção da saúde e participação ocupacional para estudantes universitários.
Palavras-chave: atividades cotidianas, universidade, saúde do estudante, Terapia Ocupacional
Resumen
La discusión sobre la asistencia a universitarios brasileños no es nueva. Sin embargo, son escasas las investigaciones basadas en la ocupación y centradas en el estudiante y el ambiente universitario. Se busca reflexionar alrededor del Cuidado Centrado en el Estudiante, como propuesta de promoción de la salud y el bienestar de estudiantes universitarios brasileños. El artículo se deriva de una tesis doctoral realizada en una universidad pública brasileña con estudiantes de las áreas de salud y ciencias exactas, sobre las demandas psicosociales del entorno académico. Se aborda la elaboración de la propuesta, que considera la problemática ocupacional del estudiantado y el contexto en el que se inserta, a partir de referentes teóricos de los estudios en ocupación, a la luz del Modelo de la Ocupación Humana. El Cuidado Centrado en el Estudiante entiende al estudiante como protagonista de su atención y evidencia la necesidad de comprender los factores internos y externos que le afectan, e implica el fortalecimiento de espacios y propuestas de los servicios de apoyo estudiantil, a partir de la práctica de la Terapia Ocupacional centrada en el cliente como posibilidad para promover oportunidades, prevenir el sufrimiento psíquico, promover la salud y la participación ocupacional de estudiantes universitarios.
Palabras clave: actividades cotidianas, universidades, salud del estudiante, Terapia Ocupacional
Abstract
The discussion about assistance to Brazilian university students is not new. However, there is a scarcity of occupation-based, student-centered, and university-centered research. The objective of this study is to reflect on Student-Centered Care, as a proposal to promote the health and well-being of Brazilian university students. This article -the result of a doctoral thesis- derives from scientific research on the psychosocial demands of the academic environment carried out at a Brazilian public university with students from the areas of health and exact sciences. The excerpt presented in this text is the elaboration of the proposal, which considers the occupational problems of university students and the context in which they are immersed, based on the theoretical references of occupation studies in the light of the Human Occupation Model. This proposal understands the student as the protagonist of Student-Centered Care and highlights the need to understand the internal and external factors that influence it. Student-Centered Care involves the strengthening of spaces and proposals related to student support services based on the practice of client-centered Occupational Therapy as a possible way to promote opportunities, prevent psychological distress, and promote the health and participation of university students.
Keywords: activities of daily living, university, student health, Occupational Therapy
Rodrigues, D. da S. y Santos J. E. dos.
Introdução
Adentrar na universidade é uma fase crítica da vida de estudantes, podendo demandar deles uma adaptação ocupacional e social para responder às exigências e regras institucionais. Para Padovani et al. (2014), a mudança do ensino médio para a faculdade é um fator importante e modificador do curso da saúde do sujeito, evidenciando que isso se deve à mudança repentina de rotina e ao contexto pelo qual o estudante universitário passa, como residir longe do núcleo afetivo, ter longa exposição às situações de estresse e dificuldade de adaptação ao meio acadêmico.
Essa transição de nível de escolaridade pode acarretar um período vivido de não-lugar ao estudante, potencializando sentimentos de menos-valia, como insegurança, insatisfação e não reconhecimento do grupo em que se convive, além da responsabilidade em lidar com realidades da vida adulta nunca experimentadas, com a expectativa dos familiares, com mudança de cidade e com o enfrentamento de uma nova rotina, pessoal e acadêmica (Farias & Torres, 2020; Ferreira, 2017; Machado, 2016), influenciando diretamente nos fatores intrínsecos (emocionais, físicos, cognitivos, sociais e ocupacionais) da pessoa.
Ao mesmo tempo, fatores externos relacionados ao ambiente são partes fundamentais da promoção da saúde do estudante, ou seja, esses fatores influenciam o significado das ocupações, tarefas, atividades e papéis da vida diária. Por isso, compreender o ambiente em que o estudante está inserido se torna um aspecto relevante, porque se correlaciona com a pessoa, em seus diferentes níveis de estrutura: micro – espaços físicos, componentes de acessibilidade e de adequação (edifícios, objetos, ferramentas, equipamentos, recursos), relacionamentos, interações, ocupação e atividade, expectativas para fazer as coisas; meso – local e contexto imediato, como casa, trabalho, escola, universidade, comunidade e vizinhança; macro – sociedade global, constituída de grandes grupos sociais ou de instituições com influências para estabelecer normas; cultura; sistemas políticos e econômicos (Cruz, 2018; Fisher et al., 2017).
Salienta-se que o conceito de promoção de saúde utilizado neste artigo se orienta pelo advento da Carta de Ottawa, com a I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, que estabeleceu um novo paradigma para abordar a promoção da saúde, preocupado com o meio social, psicológico e físico das populações (Buss, 2000), subsidiando também as ações das Universidades Promotoras de Saúde para da saúde e bem-estar da comunidade acadêmica, bem como para a prevenção do sofrimento psíquico.
A visão de promoção de saúde deste estudo considera a pessoa ativa, atribuindo a devida importância aos seus desejos, interesses e dificuldades da vida cotidiana, como por exemplo, no grupo familiar, trabalho, entre outros, de modo a mobilizá-la a ser participante principal de seu cuidado. Também aponta os fatores políticos e socio-psicoculturais como determinantes de um problema ou situação vivida frente ao sofrimento psíquico, perspectiva encontrada no Modelo Psicossocial (Costa-Rosa, 2000). Entende-se que este Modelo contempla a interação pessoa-ambiente e a lógica da produção social do sofrimento, dialogando com os pressupostos do Modelo da Ocupação Humana.
Evidências nacionais e internacionais sobre o sofrimento psíquico no ambiente universitário vêm sinalizando para a identificação de estudantes com sintomas de ansiedade e depressão, que afetam a saúde, as ocupações e as atividades do dia a dia dos graduandos (Graner & Cerqueira, 2019; Jamshidi et al., 2017; Oksanen et al., 2014; Tran et al., 2017).
Pelo exposto, a interação entre as características internas das pessoas (emocionais, físicas, cognitivas, sociais e ocupacionais) com os fatores ambientais (dimensões: física, social, cultural, política, econômica e ocupacional) interfere na ocupação. Conforme menciona Forsyth (2021), as pessoas e seus ambientes estão interligados. Para Fisher et al. (2017), existe um crescente entendimento entre terapeutas ocupacionais de que essas dimensões do meio ambiente podem oferecer oportunidades, recursos, demandas, de modo a facilitar ou limitar a participação das pessoas nas ocupações do dia a dia.
Compreende-se que as ocupações abrangem uma ampla gama de fazeres que ocorrem num determinado contexto de tempo, espaço, sociedade e cultura, com um propósito (Kielhofner, 2008). Duncan (2021) acrescenta ainda que as ocupações são compostas por contextos que transmitem significados à pessoa. Os elementos que suscitam esse significado são a cultura, as características pessoais e ambientais e suas necessidades ocupacionais próprias que se fazem conhecer através das relações (De Las Heras De Pablo et al., 2012).
Partindo dessa premissa, a pessoa e o seu contexto podem ser entendidos como uma unidade, pois, conforme afirmam Stark e Sanford (2005), as ocupações são trocas recíprocas entre as pessoas e seus ambientes. Hammell (2017) destaca que a participação e o bem-estar resultam de interações positivas da pessoa com o ambiente, a ocupação, o desempenho. A participação em ocupações é capaz de proporcionar prazer se tornando significativa para a promoção da saúde (Kielhofner, 2008; Hammel, 2017; Taylor, 2017).
Com isso, olhar para o contexto universitário como um espaço promotor de saúde e de cuidado torna-se uma estratégia para prevenir o surgimento do sofrimento psíquico, e, por outro lado, pode influenciar as condições de saúde, bem-estar e qualidade de vida dos estudantes. Ao mesmo tempo, entende-se que a promoção de ambientes universitários mais saudáveis, acolhedores e com práticas promotoras de saúde podem potencializar a participação ocupacional e o desempenho dos estudantes (Rodrigues, 2022).
Nessa perspectiva, este artigo parte do estudo de doutorado intitulado “Ocupação como determinante de saúde: uma análise centrada no estudante e no contexto universitário” (Rodrigues, 2022), com base nos pressupostos teóricos e filosóficos da Terapia Ocupacional, baseados na ocupação e em modelos de prática, como o Modelo de Ocupação Humana , os quais definem a promoção de saúde e o bem-estar da pessoa por meio da participação em ocupações de interesse (Duncan, 2021; Hammell, 2017; Molineux, 2004). Portanto, propostas centradas no estudante e no ambiente universitário tornam-se essenciais como indicativo de prevenção do sofrimento e promoção de saúde, por meio da relação entre a ocupação e a saúde. A partir do exposto, o objetivo é refletir sobre uma proposição do Cuidado Centrado no Estudante (CCE), como uma proposta de promoção da saúde e do bem-estar de estudantes universitários brasileiros.
Caminhos possíveis para a elaboração da proposta do Cuidado Centrado no Estudante (CCE)
Este artigo reflexivo deriva-se de uma pesquisa científica realizada em uma universidade pública brasileira, relacionada à tese de doutoramento da primeira autora, com 493 estudantes universitários brasileiros da área da saúde e exatas, a partir de demandas psicossociais existentes neste ambiente acadêmico, que possibilitou problematizar e provocar reflexões sobre a prevenção do sofrimento e a promoção de saúde dos estudantes, por meio da relação entre a ocupação e a saúde (Rodrigues, 2022). A proposta do Cuidado Centrado no Estudante em questão é fruto da última etapa dessa pesquisa do doutorado, o que possibilitou na sua elaboração e discussão sobre possíveis caminhos para estratégias de cuidado e de acolhimento dos estudantes.
Explicita-se que um dos componentes desta proposta é o ambiente universitário, provido de muitos fatores e de diversos níveis estruturais, que demandam uma análise situada do contexto, pois seus aspectos podem favorecer ou restringir o desempenho e a participação ocupacional das pessoas. O outro fator é o estudante, considerando sua vida, necessidades ocupacionais e características singulares.
Essa proposta de intervenção se fundamenta nos referenciais teóricos da Terapia Ocupacional e nos estudos da ocupação à luz do Modelo de Ocupação Humana. Tem como finalidade abranger questões relacionadas à saúde e ao bem-estar dos estudantes universitários, considerando os determinantes sociais e de saúde, de forma a compreender as necessidades, as subjetividades dos estudantes (fatores internos) e o contexto no qual eles estão inseridos (fatores externos), de modo a fortalecer a continuidade do cuidado ao estudante.
Em resumo, o Modelo da Ocupação Humana é um modelo centrado no cliente e focado na ocupação de interesse, ao invés de focar especificamente na deficiência, incapacidade ou doenças, como uma prática da Terapia Ocupacional para possibilitar a participação e o engajamento das pessoas (Taylor, 2017). Este Modelo é caracterizado como um sistema dinâmico, centrado na pessoa ou cliente, e engloba quatro elementos: volição, habituação, capacidade de desempenho e ambiente, que visa explicar como a pessoa participa na ocupação como resultado da interação dinâmica entre esses componentes (Kielhofner, 2008; Taylor et al., 2017).
Cabe destacar que o cuidado centrado no cliente tem sido usado na prática de terapeutas ocupacionais para descrever o cuidado que envolve a tomada de decisão compartilhada e a colaboração da pessoa em todo o seu processo terapêutico (Mroz et al., 2015). Portanto, preconiza-se uma relação de respeito e compartilhamento, no qual as interações do terapeuta com as pessoas se desenvolvem por meio de relacionamentos colaborativos. No entanto, a prestação do cuidado centrado no cliente depende da capacidade da pessoa para se engajar no processo de tomada de decisão e da habilidade do terapeuta de incluir o cliente nesse mesmo processo (Maitra & Erway, 2006).
Acrescenta-se a isso a importância de entender a organização e a gestão do trabalho nas universidades, que, muitas vezes, refletem em um sistema de hierarquização, em relações de poder, em uma cultura da competição, reforçando a necessidade de um olhar ampliado para a compreensão do sofrimento psíquico, que não se restringe ao tratamento individual (Mazota et al., 2019). Dessa forma, podem-se estabelecer metas e planejamentos de intervenções centradas no estudante, que visem seu desempenho, competência, participação em ocupações significativas. Com isso, a proposta de Cuidado Centrado no Estudante tem como principal desfecho o resultado significativo para o cliente.
Apresentação da proposta sobre o Cuidado Centrado no Estudante (CCE)
O processo de cuidado, conforme descrito, inicia-se no primeiro contato com o estudante, momento em que se estabelece uma relação terapêutica, que se desenvolve, conforme menciona De Las Heras De Pablo (2015), com base na empatia, no respeito e na confiança, nutrida por meio da análise centrada nas necessidades e nos problemas ocupacionais da pessoa, favorecendo a sua participação ativa (agente do cuidado) na determinação dos seus objetivos, pensamentos e sentimentos em relação a sua vida e realidade ocupacional.
Cabe salientar que, nessa etapa, o terapeuta ocupacional, por meio de uma escuta ativa, utiliza técnicas de entrevistas, individuais ou grupais, para compreender o perfil ocupacional da pessoa com base no Modelo da Ocupação Humana, possibilitando o conhecimento das implicações dos fatores pessoais e ambientais na participação ocupacional nos distintos contextos. Podem-se usar instrumentos específicos para auxiliar na avaliação ocupacional, acerca da pessoa e seu ambiente, analisando os aspectos que facilitam a participação ocupacional e aqueles que a restringem.
Como muitos estudantes podem ter insegurança com relação ao registro por profissionais que fazem parte da mesma comunidade acadêmica que ele, nesse primeiro momento, o terapeuta ocupacional deve explicar o propósito da entrevista para o estudante e os desdobramentos a partir desse atendimento inicial, expondo que as respostas podem ser registradas para auxiliar o profissional no processo do Cuidado Centrado no Estudante. É importante refletir sobre a necessidade da construção de um espaço para os estudantes – que assegure a fala e a escuta respeitosa, com acolhimento e atenção as suas demandas, as quais, muitas vezes, relacionam-se ao sofrimento psíquico.
Ainda nessa primeira etapa, perguntas-chave são importantes para compreender a realidade ocupacional do estudante e devem buscar uma relação com os componentes do Modelo da Ocupação Humana. Por exemplo, na perspectiva de Christiansen e Baum (2005), as cinco questões que consideram as ocupações diárias e auxiliam o terapeuta ocupacional no raciocínio terapêutico são:
O que fazemos? Esta pergunta remete às ocupações e às atividades do dia a dia (atividades de vida diária – AVD e atividades instrumentais de vida diária – AIVD).
Como fazemos? Relaciona-se às habilidades e aptidões, às competências, ao desempenho ocupacional.
Por que fazemos? Diz respeito ao fazer, participar ou engajar-se por uma razão. São os interesses, os valores, as motivações que as pessoas têm para estarem envolvidas com suas ocupações. Uma forma de expressar a singularidade e fazer uma conexão com o mundo social, o que traz significado e satisfação pessoal.
Onde fazemos? É a situação do fazer. O contexto, ambiente, local, espaço em que este fazer acontece.
Quando fazemos? O tempo-espaço, não apenas para o momento (um recorte temporal), mas também como este tempo está sendo utilizado (Christiansen & Baum, 2005, p. 27, tradução própria).
De modo geral, essas perguntas se voltam para a análise situada da ocupação, pois buscam compreender o fazer do estudante considerando o seu contexto, a sua realidade ocupacional, a sua vida universitária. Todavia, é importante o envolvimento do cliente no seu processo de cuidado para que o terapeuta ocupacional, no momento de avaliação, possa compreender a existência ou não de redes de apoio e suporte, de forma a pensar na saúde integral do estudante.
Assim como preconiza o Modelo da Ocupação Humana, o ambiente é um elemento indissociável da pessoa, porque ele oferece oportunidades, recursos, demandas e restrições. Portanto, faz-se necessária a análise de suas dimensões, que busca compreender as ocupações, tarefas e atividades que as pessoas desenvolvem em determinados níveis dos contextos (imediato, local e global), e como os aspectos desse ambiente - por exemplo a arquitetura; objetos, instrumentos e layout de espaços; organização e gestão; grupos sociais e aspectos culturais, sociais, econômicos; relacionamentos, comunicações e interações com outras pessoas da comunidade acadêmica e demandas - influenciam no desempenho das ações contextualizadas. Importa salientar que o ambiente impacta de diferentes formas cada pessoa dentro dele (Rodrigues, 2022; Taylor et al., 2017).
Enquanto foco de intervenção, o ambiente foi sendo incorporado na atuação do terapeuta ocupacional ao longo da história. Foi visto, inicialmente, como central para a experiência da ocupação humana, a partir da premissa de que um ambiente confortável e saudável favorece a participação e a adaptação ocupacional (Kielhofner, 2008, Taylor, 2017). Nesse sentido, o contexto acadêmico tem suas particularidades e precisa ser compreendido para que o terapeuta ocupacional identifique as barreiras, os facilitadores e as necessidades de adaptação ocupacional ou prioridades de mudanças, para que a participação ocupacional seja favorecida.
O ambiente universitário constitui-se de espaços diversos, como laboratórios, salas de aula, de professores e de reuniões, biblioteca, restaurante, espaços construídos (prédios, quadras de jogos, cantinas, entre outros), auditórios etc. Compreender as condições e as características do ambiente é parte fundamental da análise centrada no estudante, a qual permite perceber, como pontua Taylor (2017), as oportunidades, os apoios, as demandas e as restrições que os aspectos do ambiente oferecem a uma pessoa específica.
A respeito da universidade, trata-se de um espaço institucional, político, social e cultural (macroestruturas), que possui condições determinadas ou estabelecidas e procedimentos impostos para a sua estrutura organizacional e de gestão, que se materializam no seu “funcionamento” e em suas escolhas institucionais e, consequentemente, sobre o que se espera nas pessoas em relação ao alcance de resultados e objetivos, caracterizando o seu desempenho ocupacional.
Na análise situada do ambiente, também se torna importante a avaliação dos aspectos de acessibilidade e de segurança - como os elementos do desenho universal (rampas, escadas, inclinações, corrimão e pisos antiderrapantes, sinalizações, áreas de circulação, mobiliários, equipamentos etc.), em conformidade com o que se preconiza nas normas regulamentadoras NR 9050 (Associação Brasileira de Normas Técnicas [ABNT], 2015) e NR 17 (Brasil, 2021); de riscos ambientais - como iluminação e níveis de luminância, de acordo com a NR 5413 (ABNT, 1992) e das condições térmicas (temperatura do ar, umidade do ar) e de exposição ao ruído - ambos conforme a NR 15 (Brasil, 1978).
Por outro lado, fazem-se necessárias análises de fatores sociais relacionados às interações e à comunicação no contexto universitário: a qualidade das relações com os grupos de estudantes; o suporte emocional e social fornecidos; as exigências e o tempo de realização das tarefas e atividades acadêmicas; a competição e a existência (ou não) de relações hierárquicas, por exemplo, pois podem facilitar ou restringir a participação. Para Taylor (2017), a hierarquia é um dos principais aspectos que demonstram a inflexibilidade e a falta de viabilidade de interação no ambiente social, impedindo a participação e o desempenho ocupacional exitoso.
Considerando esse cenário, torna-se importante estruturar o ambiente de modo a possibilitar às pessoas a oportunidade de praticar a participação nas ocupações com mais autonomia. E, ainda, compreender as necessidades ocupacionais, entre elas, interesses, satisfação, capacidades, competência, que implicam na participação ocupacional dos estudantes universitários. Salienta-se que essa intervenção sobre o espaço se faz possível pela análise situada do ambiente.
Nessa perspectiva, as ocupações e atividades desempenhadas pelos estudantes sofrem influências de um conjunto de determinantes sociais, de saúde e ocupacionais. Sendo assim, o entendimento e as reflexões preliminares das necessidades ocupacionais e ambientais do estudante implicam para o terapeuta ocupacional fazer uma triangulação das informações obtidas, por isso, sugere-se que essa etapa seja inserida na proposta terapêutica ocupacional no Cuidado Centrado no Estudante. Portanto, à medida em que o terapeuta ocupacional tem as informações sobre a análise situada da ocupação (pessoa-ambiente), ele pode buscar mais dados sobre a instituição/espaço no qual o estudante está inserido, de forma a compreender a estrutura e os aspectos organizacionais e sociais desse contexto, porque, muitas vezes, eles podem refletir no fazer e no desempenho ocupacional das pessoas.
Todo esse processo, de acordo com Forsyth (2021), caracteriza-se como filtro ocupacional, que permite identificar aspectos da vida ocupacional da pessoa que necessitam de intervenção, baseado nos conceitos do Modelo da Ocupação Humana. A figura 1, a seguir, apresenta a proposta de triangulação de informações.
A partir da análise das informações obtidas na triangulação, torna-se possível a articulação com canais e espaços de cuidado oferecidos pela universidade para fornecer assistência e acolhimento ao estudante e, a depender de cada caso e necessidade, buscar o apoio da rede. Vale ressaltar a importância de dar um feedback sobre o desempenho ocupacional da pessoa, possibilitando uma autopercepção mais precisa de suas capacidades para se envolver nas ocupações (Duncan, 2021). O terapeuta ocupacional, portanto, deve apoiar um envolvimento gradual do estudante em ocupações para possibilitar o sucesso em sua capacidade de desempenho e potencializar a participação ocupacional.
É sabido que algumas universidades brasileiras fazem parte da Rede Brasileira de Universidades Promotoras de Saúde (Rebraups), como a universidade onde se realizou a pesquisa que gerou a proposta Cuidado Centrado no Estudante, no entanto, ainda há dificuldades para traçar uma rede de apoio social e de suporte sustentáveis para a continuidade do cuidado dos estudantes, para além do suporte que a universidade pode oferecer, em casos de diagnósticos de transtornos mentais que exigem um acompanhamento de saúde. No Brasil, essa articulação com a rede de saúde pública ainda é insipiente e a busca pelo cuidado recai sobre o estudante, tornando-se um agente do seu próprio cuidado.
A ocupação, para os estudantes, pode se tornar tanto positiva quanto negativa, a depender do interesse, da capacidade e do envolvimento ocupacional empregado por eles em cada atividade desempenhada. Segundo Kielhofner (2008), o Modelo da Ocupação Humana vê o que a pessoa faz, pensa e sente como o mecanismo central de mudança. Por isso, o Cuidado Centrado no Estudante prevê o encaminhamento do estudante para a participação – por meio de vivências em projetos, disciplinas e propostas culturais da universidade, os quais podem despertar o interesse e a motivação - como um fator de promoção da saúde e do bem-estar.
Para o Modelo da Ocupação Humana, as escolhas que a pessoa faz são o resultado da sua motivação. Perdomo (2015) aponta que o Modelo descreve e compreende as pessoas como seres ocupacionais motivados para escolher e realizar ocupações significativas, de maneira que, utilizando suas capacidades físicas e mentais, as pessoas se envolvam em ocupações de forma organizada, em rotinas associadas aos papéis ocupacionais e em um tempo especificado.
O ambiente influencia todo esse processo de configuração da ocupação humana, que inclui a integração da motivação, da organização e da capacidade de realização. A figura 2, a seguir, apresenta o fluxograma do processo de Cuidado Centrado no Estudante.
Em suma, a partir da compreensão da ocupação, considerando seu significado para a vida humana, o terapeuta ocupacional pode ser mais atuante nas organizações e instituições de ensino com o foco na promoção da saúde, com uma prática centrada no cliente (estudante). Para Duncan (2021), o terapeuta ocupacional precisa demonstrar a sua capacidade de compreender a interação entre pessoa, ocupação e ambiente. Ser capaz de influenciar o desempenho ocupacional requer uma compreensão completa das capacidades de uma pessoa, de como a identidade é influenciada pelas ocupações, da forma como ações e as tarefas podem ser modificadas com a tecnologia, e de como todas as influências ambientais criam barreiras e facilitadores para atuação.
Além disso, de acordo com Walji et al. (2017) os terapeutas ocupacionais têm atuação centrada na ocupação e reconhecem como o desempenho ocupacional depende de uma interação saudável da pessoa com o meio ambiente, portanto, sua indissociabilidade não pode ser subestimada. É com base nesse entendimento que as atuações terapêuticas ocupacionais podem favorecer o equilíbrio da participação em múltiplas ocupações com diferentes propósitos, mas também podem adaptar o ambiente para oferecer suporte e recursos para a participação.
No entanto, entende-se que o cuidado com a vida humana não deve partir apenas da visão de um especialista, o que implica num processo de cuidado aos estudantes a partir do olhar de uma equipe multiprofissional. Apesar de algumas universidades brasileiras terem um programa de atenção à saúde dos estudantes, muitas delas priorizam o atendimento individualizado, centrada em questões psicológicas, por isso, torna-se importante compreender que discutir a saúde mental no contexto contemporâneo exige pensar ações tanto individuais quanto coletivas, e produzir reflexões, sobretudo, que os sofrimentos são fenômenos biológicos, emocionais e sociopolíticos, logo, o cuidado não se resume a um aspecto do ser humano ou a uma especialidade profissional, mas sim por um olhar multiprofissional e multidisciplinar.
As ocupações são feitas para nós e para os outros, e sua conexão com o mundo social as imbui de um significado pessoal (Hammell, 2020). Portanto, a possibilidade de promover uma prática centrada no cliente permite colocar o estudante em um lugar de pertencimento à comunidade acadêmica, para que ele faça as suas próprias escolhas sobre qual prática de cuidado responde a sua necessidade ocupacional. É preciso traçar uma linha de cuidado estudantil baseado na demanda do estudante, bem como se aproximar da linguagem e da forma de comunicação dos universitários, pois, conforme afirmam alguns autores, os recursos de saúde, oferecidos pela universidade para promover o bem-estar dos estudantes, existem, mas, muitas vezes, a informação não chega aos estudantes, que raramente se envolvem com essas atividades (Osse, 2013; Walji et al. 2017).
No Brasil, durante a pandemia, algumas propostas de espaços de cuidado para os estudantes universitários foram construídas, na finalidade de promover o cuidado, mesmo que em formato online, com experiências voltadas para o acolhimento dos estudantes, por meio de rodas de conversas, uso da arte, literatura, entre outras, como um espaço seguro para o diálogo (Liberman et al., Oliveira et al., 2020; Rodrigues et al., 2022; Santos et al., 2021), no entanto, poucos estudos apresentaram a relação da ocupação e saúde, a partir de um olhar centrado no estudante, em seus problemas ocupacionais, considerando o contexto no qual ele se insere.
Finalmente, é premissa da proposta do Cuidado Centrado no Estudante que ele seja protagonista do seu cuidado, de modo que ao participar possa ter conhecimentos de estratégias de cuidado, construídas no próprio coletivo nas dinâmicas de grupo, por exemplo, com práticas de meditação, técnicas de redução de estresse, automassagem ou, ainda, com propostas de dança, artesanato, literatura, música, uma vez que tais experimentações favorecem o autoconhecimento e o autocuidado. Assim, fomentar espaços mais acolhedores, empáticos e humanizados pode ser fundamental para a promoção da saúde e a participação ocupacional do estudante.
Considerações finais
As universidades têm o desafio de atender às diversas demandas dos estudantes e traçar linhas de cuidado que integrem os determinantes de saúde, social e ocupacional. Portanto, este artigo reflexivo reforça a necessidade de discussões sobre o investimento na criação de espaços de cuidados com o foco no estudante (centrado no cliente).
Enquanto limitação, a proposta Cuidado Centrado no Estudante não pode ser replicada para outros contextos, pois cada ambiente tem suas singularidades, mas torna possível pensar caminhos para o processo de cuidado dos acadêmicos, centrado no estudante e baseado na ocupação. Por isso, sugerem-se futuras pesquisas com essa população, pautadas na proposta de cuidado do estudante, com a gestão do terapeuta ocupacional, por ser um profissional habilitado para atuações baseadas na ocupação.
Logo, o ambiente acadêmico exige uma análise situada para compreender o fazer do estudante considerando o seu contexto, a sua realidade ocupacional e a sua vida universitária, buscando despertar a motivação, a participação nas ocupações inerentes ao papel de estudante. Desse modo, busca-se prevenir adoecimentos e promover a saúde dos estudantes universitários.
Contribuição das autoras: a primeira autora participou da elaboração da pesquisa que originou a proposta do artigo, da análise e interpretação dos dados, da redação do artigo e da aprovação final da versão a ser publicada. A segunda autora contribui para a concepção do artigo, realizou a revisão crítica do conteúdo e a aprovação final da versão a ser publicada.
Rodrigues, D. da S. y Santos J. E. dos.
Rodrigues, D. da S. y Santos J. E. dos.
Fonte: elaboração própria.
Figura 1. Triangulação das informações do processo de Cuidado Centrado no Estudante (CCE)
Rodrigues, D. da S. y Santos J. E. dos.
Figura 2. Fluxograma do processo de Cuidado Centrado no Estudante (CCE)
Fonte: adaptado de Forsyth (2021, p. 74).
Rodrigues, D. da S. y Santos J. E. dos.
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Brasil (1978, 8 e junho). Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-portarias/1978/portaria_3-214_aprova_as_nrs.pdf
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Referências
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